Quem Você Pensa que é?


"Nem sempre se é a mesma pessoa. Em algumas ocasiões, se faz algo pela primeira vez, se descobre capaz de algo novo, imediatamente seu conceito de si mesmo muda. Em um minuto sua identidade mudou, você é a pessoa do minuto passado somada às características adquiridas no instante presente, e, portanto, você é outra pessoa. Mas ainda é a mesma. Paradoxal."

"[...] A pergunta não é "Quem é você?", mas "Quem você pensa que é?", ou seja, como foi que, a partir de inúmeros fatores, escolhas, critérios mais ou menos inconscientes, crises e decisões diversas, você aprendeu que você é você, aprendeu a reconhecer a si mesmo e aos outros, soube quais são os critérios mais válidos para se identificar; e isso foi aprendido na relação de comunicação com os outros.
  Você se construiu, mas nem sempre teve consciência disso. Aliás, é bem provável que, nos momentos em que você percebeu, tinha entrado no que se chama de "crise". Há um eco do que Marx afirma em O Dezoito Brumário, escrito em 1859: "os homens fazem sua própria história, mas não têm consciência disso". A sua história pessoal, a partir da qual você encontra elementos para dizer quem é você, também nem sempre é consciente. E o resultado dessa dialética entre escolha e acaso, determinação e liberdade, comunidade e meios de comunicação, é uma entidade singular e paradoxal. Um Eu, um Você. [...]"

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